Guedes reivindica paternidade do Auxílio Brasil: “nós que fizemos”

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar sobre a situação do Auxílio Brasil. Durante um evento no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (14), o chefe da pasta econômica repetiu a promessa de que o valor do programa não será reduzido e reivindicou a paternidade do programa social, dizendo que o projeto é de autoria do atual governo.

“Vamos (manter o valor), tem dinheiro”, afirmou. “A definição do valor do Auxílio Emergencial é cheia de pais, mas sabemos quem foi a mãe. Fomos nós que desenvolvemos”, disse ele ao público. No último dia 31 de julho, o Governo Federal enviou ao Congresso Nacional a indicação de queda de valor do benefício de R$ 600 para R$ 405.

Guedes também aproveitou o momento para falar sobre a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). Fazendo coro às críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL), ele disse que um ministro erra ao interferir em decisões de outros poderes. Sem citar nomes, ele também criticou as ordens de prisão de alguns deputados.

“Tem um ministro do Judiciário que comete excessos, o que descredencia o Supremo”, afirmou Guedes. “Acontece a mesma coisa com o próprio Congresso, com deputado que xinga os outros colegas, diz que vai bater em ministro do Supremo”, disse o Ministro sem citar nominalmente o ministro Alexandre de Moraes.

“Ele está se descredenciando. Se ele não modera, aí vem o Judiciário e interfere no Legislativo, manda prender o deputado, quando o próprio Legislativo tinha de ter feito a contenção. Aí vem o Judiciário, também comete excessos e a população fica contra o Judiciário”, completou o Ministro na fala do evento.

Auxílio Brasil

Oficialmente, o Auxílio Brasil do Governo Federal é um programa social que faz pagamentos de R$ 400 por família. Com a aprovação da chamada PEC dos Benefícios, o valor mudou e o patamar subiu para a casa dos R$ 600 mínimos.

Entretanto, a mudança só é válida até o final deste ano. Embora membros do Governo Federal garantam que o valor de R$ 600 será mantido para 2023, ainda não há nenhuma indicação oficial de que isto vai realmente acontecer.

Nas últimas semanas, membros da campanha do presidente Jair Bolsonaro estão fazendo um esforço redobrado para tentar vincular o programa ao atual chefe de estado. A avaliação interna é de que o benefício ainda é muito ligado ao ex-presidente Lula (PT).

De todo modo, ao menos até aqui o esforço não vem trazendo tanto resultado. Ao menos é o que apontam os dados de pesquisas como Datafolha, Ipec e Quaest. Em nenhuma delas, Bolsonaro apresenta uma melhora nas intenções de voto no público do Auxílio Brasil.