Idec critica consignado do Auxílio Brasil: “temerário e abusivo”

Ministério publicou regulamentação do consignado do Auxílio Brasil nesta terça-feira (27), mas Idec não gostou da ideia e fez duras críticas ao texto
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O Governo Federal decidiu regulamentar o texto que libera o consignado para os usuários do programa Auxílio Brasil. No documento, o Ministério da Cidadania detalha as regras da liberação do crédito. Desde então, algumas instituições da sociedade já se manifestaram contra a ideia de oferecer um consignado para um público mais vulnerável.

O texto da regulamentação indica, entre outros pontos, que haverá a indicação de um teto de juros. Nenhuma instituição financeira poderá cobrar mais de 3,5%. Além disso, o Ministério também definiu que os bancos não poderão ligar para os cidadãos oferecendo o crédito. Há uma proibição desta publicidade ativa.

Reação do Idec

A coordenadora do programa de Serviços Financeiros do Idec, Ione Amorim, criticou o texto. Ela chegou a elogiar o trecho que indica a proibição da publicidade ativa, mas no final das contas indicou que até mesmo esta decisão pode não ser suficiente.

“Proibir não quer dizer que vai afastar. A informação hoje está na mão de influenciadores digitais, nos aplicativos, e correndo de forma rápida em rede social. Há grupos de WhatsApp para essa finalidade. É proibido, mas como? Como isto será monitorado?”, disse ela.

“Por que forçar este momento ? É temerário. As pessoas poderiam ter um acesso antes e um acesso depois de forma mais estruturada. A gente está falando de um cenário econômico do país com inflação alta, pessoas endividadas, muito endividadas, sem emprego, com dificuldade de acesso”, seguiu.

“A gente está falando de pessoas que entram nesse programa com restrição alimentar por falta de políticas públicas. Então querer trazer um recurso que terá este efeito imediato e que deixará um rastro de endividamento é uma medida extremamente abusiva”, seguiu.

“O caráter eleitoreiro não pode ser descartado. Infelizmente é uma medida política, que não traz nenhum beneficio para quem vai tomar esse crédito agora nessa onda de oba-oba eleitoral”, completou.

Críticas ao consignado

Esta não é a primeira crítica mais dura ao consignado do Auxílio Brasil. De todo modo, esta é a primeira vez que um instituto com maior relevância faz a crítica depois da regulamentação do texto.

O Ministério da Cidadania vinha avaliando que o estabelecimento de um teto para taxa de juros poderia diminuir os questionamentos. Ao menos neste primeiro momento, isto ainda não aconteceu.

O consignado do programa Auxílio Brasil está sendo regulamentado às vésperas das eleições presidenciais. Informações de bastidores dão conta de que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) pressionou o Ministério da Cidadania por uma liberação ainda nesta semana.

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