A vida do brasileiro não tem sido fácil, não bastasse o preço dos alimentos, o gás de cozinha também está em alta. Para se ter uma ideia, um botijão de 13 quilos pode chegar a cerca de 10% do salário mínimo.
Dados mais recentes da Agência Nacional de Petróleo (ANP) apontam que o botijão de 13 kl, aquele convencional usado como gás de cozinha, custa, em média, R$ 113, 24 na última semana. O valor equivale a 9,3% do salário mínimo, cotado hoje em R$ 1.212.
Em outro levantamento, que realiza uma média mensal, a situação também não se mostrou muito promissora, o gás de cozinha foi vendido a R$ 113,48, de acordo com o Observatório Social da Petrobras.
O valor foi recorde da série histórica que se iniciou em julho de 2001. Em outras palavras, comprar um gás de cozinha nunca foi tão caro. A proporção de comprometimento do salário-mínimo teve proporção parecida no mesmo nível de 2007.
De acordo com especialistas, a situação tem relação com política internacional de preços dos derivados de petróleo e também o preço do frete. A guerra da Ucrânia pode fazer os preços subirem ainda mais.
Famílias têm recorrido a outras alternativas para lidar com o impasse, mas, infelizmente, nem todas são seguras, o que tem causado acidentes. Recorrer ao gás encanado não é a solução, já que este também deve ser impactado pelo aumento e costuma ser mais caro que o botijão.
Vale-gás
Neste cenário o governo lançou o vale-gás, o problema é que ele ainda não é oferecido para todos que têm direito e o valor não cobre nem 50% do preço do botijão de 13 kl.
O valor pago pelo vale-gás é R$ 51 – o que representa 44,5% do atual preço médio (conforme dados acima).
Tem direito ao vale-gás as seguintes famílias:
- Que estão inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e no Benefício de Prestação Continuada (BPC);
- Para quem não recebe o BPC, é preciso receber até meio salário mínimo nacional (R$ 606) por pessoa;
- Conforme a lei, tem preferência “às famílias com mulheres vítimas de violência doméstica que estejam sob o monitoramento de medidas protetivas de urgência”;
O que foi anunciado até agora é a previsão de que todos que recebem o Auxílio Brasil, recebam até setembro de 2023 também o vale-gás. A situação é incerta já que estão previstas eleições para 2022.
Mesmo que as famílias tenham expectativa de serem incluídas, não há qualquer prazo individual ou detalhamento maior de quantas vão passar a receber em cada mês.
