O Bolsa Família segue em transformação em 2025. Com a melhora da renda em vários lares brasileiros, milhões de beneficiários estão deixando de depender do benefício.
A mudança mostra um cenário novo, no qual cada vez mais famílias estão conseguindo estabilidade financeira, mas também revela ajustes importantes no funcionamento do programa.
De acordo com dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento Social, 2.069.776 domicílios saíram do Bolsa Família só neste ano, total que representa a maior queda desde o início do terceiro mandato do presidente Lula.
Ainda considerando o período em que o programa se chamou Auxílio Brasil, é o menor número de famílias atendidas desde julho de 2022.
Mais da metade saiu por aumento de renda
O principal motivo da redução foi a melhora na renda dos beneficiários: 1.318.214 famílias deixaram de receber o pagamento por terem passado do limite de renda exigido para permanecer no programa.
Atualmente, podem receber o Bolsa Família apenas os lares com renda per capita de até R$ 218. Já quem ultrapassa esse valor, mas ainda não consegue renda estável, entra na chamada regra de proteção: segue recebendo metade do benefício por até um ano.
Além disso:
- 726.799 lares encerraram seu tempo nessa regra de transição
- 24.763 escolheram o desligamento voluntário
Empregos com carteira assinada e novos empreendedores
O impacto financeiro vem acompanhado de inclusão no trabalho:
- 58% das vagas formais geradas no 1º semestre foram ocupadas por quem recebe o benefício
- 55% dos MEIs do Cadastro Único começaram a empreender depois de entrar no programa
O cenário indica que o Bolsa Família está ajudando mais pessoas a ingressarem no mercado e conquistarem autonomia.
Corte no orçamento e mudanças na regra
A redução também é resultado de ajustes para focalizar o benefício nas famílias mais vulneráveis, em um momento de orçamento mais apertado.
O investimento do governo no programa caiu de 2024 para 2025:
- R$ 159,5 bilhões neste ano (cerca de R$ 10 bilhões a menos)
- Proposta de R$ 158,6 bilhões para 2026
Outra mudança importante: até maio, quem superava a linha de renda podia permanecer no Bolsa Família por 24 meses e com renda de até R$ 756 per capita.
Agora, o teto é menor e o tempo mais curto, o que acelerou os desligamentos entre maio e outubro, período em que 1,5 milhão de famílias deixaram o benefício.
Dicas para o Cadúnico
Manter o Cadúnico atualizado é essencial para garantir que o Bolsa Família continue chegando a quem realmente precisa. Quando as informações estão desatualizadas, o sistema pode entender que houve aumento de renda ou mudança na estrutura familiar, resultando na suspensão ou no cancelamento do benefício.
Além disso, a ausência de dados corretos pode impedir o acesso a outros programas sociais. Por isso, sempre que houver alteração no número de moradores da casa, na renda ou no endereço, a família deve procurar o CRAS mais próximo para atualizar o cadastro e evitar surpresas no pagamento.
