Salário mínimo: por que sindicalistas esperam derrota no aumento?

Segundo informações de bastidores, parte dos sindicalistas acredita que a guerra pelo adicional do salário mínimo este ano já está perdida

O atual salário mínimo de R$ 1.302 já representa um aumento real do valor em relação aos R$ 1.212 do ano passado. Contudo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem enfrentando uma pressão para conceder mais um aumento ainda este ano a partir do mês de maio.

Segundo informações de bastidores, o Governo Federal está basicamente dividido em duas alas. Uma delas defende o aumento do salário mínimo este ano, e outra defende a manutenção do valor atual até dezembro, já que este aumento atual já representa um reajuste real.

Nesta queda de braço, aparentemente nenhum dos lados vai sair com a vitória. De acordo com apurações do jornal Folha de São Paulo, sindicalistas que defendem um novo aumento para a casa dos R$ 1,4 mil já admitem nos bastidores que Lula não deverá elevar o salário mínimo para este patamar.

Contudo, estes mesmos sindicalistas acreditam que o presidente também não deve deixar o salário do jeito que está. A aposta agora é que Lula vai conseguir aplicar um meio termo, elevando o valor do salário mínimo em maio para um patamar menor do que o esperado, mas ainda assim um aumento.

Ainda tomando como base as informações da Folha de São Paulo, estes sindicalistas estariam mais preocupados agora com a definição de um plano nacional de valorização do salário mínimo. Trata-se de um texto que poderia começar a valer apenas a partir do próximo ano.

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Salário x contas públicas

Se de um lado do Governo estão os sindicalistas, do outro estão os Ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT) e do Orçamento, Simone Tebet (MDB). Ambos defendem internamente a manutenção do valor do salário mínimo na casa dos R$ 1.302 até o final deste ano.

Contudo, informações de bastidores também dão conta de que mesmo os dois também já estão cientes de que deverão ceder. Eles já admitem internamente que deverão aplicar algum aumento para o salário mínimo ao menos a partir de maio deste ano.

A avaliação da equipe econômica de Lula é de que ao elevar o salário mínimo para R$ 1.320, por exemplo, será necessário realizar alguns cortes em outras áreas. Neste sentido, não se descarta a possibilidade de usar o dinheiro dos cortes do Bolsa Família neste esquema.

Vale lembrar que o Governo está realizando um pente-fino que pode resultar no corte de milhões de usuários do programa social. A expectativa do Ministério da Fazenda é de que este movimento poderia render uma economia de mais de R$ 10 bilhões este ano.

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