segunda-feira,
10 de novembro de 2025

Governo prepara nova liberação do FGTS para milhões de trabalhadores: entenda

Governo deve liberar novamente o FGTS para milhões de trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário e foram demitidos. Entenda quem pode ser beneficiado

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O governo federal avalia autorizar uma nova liberação de recursos bloqueados do FGTS, medida que pode atingir diretamente milhões de trabalhadores brasileiros. 

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou em entrevista à Folha de São Paulo que pretende sugerir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma nova rodada de saques para quem não conseguiu acessar o fundo após a demissão, devido à adesão ao saque-aniversário.

Segundo o ministro, a proposta pode beneficiar cerca de 13 milhões de pessoas, ampliando o alcance da ação feita no início do ano, quando R$ 12 bilhões foram liberados para 12 milhões de trabalhadores por meio de uma medida provisória.

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Liberação pode ser reeditada em 2026

Marinho afirmou que a nova sugestão deve ser apresentada no início do próximo ano, considerando as demissões ocorridas após março, período em que mudanças nas regras do saque-aniversário começaram a valer.

Ele destacou que a medida visa proteger os trabalhadores, evitando que paguem juros sobre o próprio dinheiro ao antecipar valores junto aos bancos.

“O trabalhador paga juros do seu próprio dinheiro, o que não é razoável. Em caso de demissão, ele é sacrificado, não podendo sacar seu saldo”, explicou o ministro.

FGTS e Minha Casa, Minha Vida

Questionado se as novas regras do saque-aniversário teriam ligação com a necessidade de mais recursos para o programa Minha Casa, Minha Vida, Marinho negou. 

Segundo ele, a prioridade é garantir que o trabalhador mantenha acesso ao fundo em situações de emergência ou desemprego.

“A questão imobiliária é secundária. O prioritário é a proteção do trabalhador”, disse.

Críticas à liberação total do FGTS

O ministro também rebateu críticas de quem defende a liberação total do FGTS, permitindo que o trabalhador use o dinheiro como quiser. Para ele, essa ideia colocaria em risco a função social do fundo.

“Se vai fazer o que quiser, acaba com o fundo e o trabalhador recebe na folha. O fundo foi construído de um jeito que tem demonstrado eficiência”, afirmou.

Ele ainda classificou a lei do saque-aniversário como “leonina contra o trabalhador”, argumentando que muitos brasileiros foram levados pelo impulso a antecipar valores e acabaram arrependidos.

Outras declarações de Luiz Marinho

Durante a entrevista, o ministro também comentou sobre:

  • Trabalho escravo: disse que vai se basear na análise técnica da equipe jurídica sobre o caso envolvendo a JBS.
  • Taxa de juros: criticou o Banco Central por manter juros altos, alegando que isso atrasa investimentos e prejudica o crescimento econômico.

Segundo ele, o Brasil continua contratando e ampliando o consumo após a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, e defendeu que o combate à inflação deve estar ligado ao aumento da produção, e não apenas à restrição do consumo.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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