O FGTS pode ter um novo destino em 2026, com uma liberação gigantesca de recursos prevista pelo governo federal.
A medida tem chamado atenção porque envolve um dos maiores volumes já encaminhados ao Conselho Curador, com impactos diretos em diferentes áreas do país.
O pedido concentra a maior fatia dos valores em habitação, mas também inclui saneamento, infraestrutura e mobilidade urbana, na tentativa de ampliar obras e projetos que vêm sendo defendidos pela gestão atual.
FGTS: governo solicita mais de R$ 160 bilhões
O Ministério das Cidades pediu ao Conselho Curador do FGTS a autorização de R$ 160,5 bilhões para o orçamento de 2026. O montante seria utilizado para financiamentos nos setores de habitação, saneamento, mobilidade urbana e infraestrutura.
O valor representa um aumento de cerca de 5% em comparação com o orçamento liberado para 2025, que foi de R$ 152 bilhões. Segundo o ministro Jader Filho, o objetivo não se restringe ao Minha Casa, Minha Vida, mas inclui outras frentes que dependem dos recursos do Fundo.
Habitação concentra quase todo o orçamento
Desse total, R$ 144,5 bilhões devem ser direcionados ao setor habitacional, com foco principal no Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O pedido representa um crescimento de 1,8% em relação a 2025.
A demanda pelo crédito imobiliário tem sido tão alta que, em 2024, o governo precisou remanejar R$ 10 bilhões adicionais, após o esgotamento dos valores previstos.
Novas ações e programas ligados ao MCMV
O pedido coincide com o lançamento do Programa Reforma Casa Brasil, que prevê R$ 40 bilhões em crédito para melhorias em moradias já existentes, somando recursos do Fundo Social (R$ 30 bi) e do SBPE (R$ 10 bi), com juros menores e suporte técnico.
A iniciativa tem como meta alcançar 1,5 milhão de famílias até 2026, permitindo empréstimos de até R$ 30 mil para famílias com renda de até R$ 9.600.
Além disso, o governo criou a Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida, voltada a famílias com renda entre R$ 8.600 e R$ 12 mil. As operações devem começar em novembro.
Crédito imobiliário com novas regras
Outro anúncio do governo envolve um novo modelo de crédito com recursos da poupança (SBPE), com potencial de injetar R$ 50 bilhões no mercado imobiliário em um ano.
O teto dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) foi ampliado, e 80% dos novos contratos com recursos do SBPE devem se enquadrar nas regras do SFH, que tem juros limitados a 12% ao ano.
Com a nova solicitação e os programas em andamento, o governo aposta na ampliação do acesso à moradia e na continuidade das obras previstas.
A expectativa é de que as medidas ajudem a sustentar a demanda do setor, garantindo sequência às ações já anunciadas e planejadas para os próximos anos.