Auxílio Brasil: Lula aumenta vantagem para Bolsonaro entre usuários, diz pesquisa

Se apenas os eleitores que recebem o Auxílio Brasil do Governo Federal pudessem votar, o ex-presidente Lula (PT) estaria próximo de vencer a eleição presidencial ainda em primeiro turno. É o que indica a nova pesquisa PoderData divulgada nesta quarta-feira (20) e que foi realizada entre os dias 17 e 19 de julho por telefone.

Segundo os números do levantamento, o ex-presidente Lula soma 52% das intenções de voto entre os usuários que fazem parte do programa Auxílio Brasil. Trata-se de um crescimento de 9 pontos em relação aos números divulgados no início do mês. Ao mesmo passo, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) caiu 9 pontos e agora marca 32% neste mesmo cenário.

O aumento da diferença entre os que recebem o Auxílio Brasil acontece dentro de um contexto maior. Segundo o PoderData, o ex-presidente Lula tem muita vantagem quando se considera apenas o extrato mais pobre da sociedade brasileira. Este é um indício chancelado também por outros institutos de pesquisa como Datafolha e Ipespe.

Especificamente na pesquisa do PoderData, os números revelam que o deputado federal André Janones (Avante) é o terceiro colocado na disputa quando se considera apenas os eleitores do Auxílio Brasil. Ele marca 6% neste público, contra 5% do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e 3% da senadora Simone Tebet (MDB).

Contudo, vale lembrar que o extrato desta pesquisa é pequeno. De acordo com dados da própria PoderData, os usuários do Auxílio Brasil representam apenas 16% de todo o eleitorado apto a votar nas eleições deste ano. A pesquisa em questão tem margem de erro de 4,7% e está registrada oficialmente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

PEC dos Benefícios

No final da última semana, o Congresso Nacional aprovou a chamada PEC dos Benefícios. O texto garante uma série de mudanças nos mais variados programas sociais do Governo Federal, como é o caso do Auxílio Brasil.

A partir de agosto, o projeto passa a contar com um número maior de usuários. O poder executivo pretende inserir mais de 2 milhões de pessoas de uma só vez. Além disso, o valor dos pagamentos subirá de R$ 400 para R$ 600.

Embora negue o interesse eleitoral da proposta, informações de bastidores indicam que o Governo Federal apresentou a PEC justamente para tentar diminuir a diferença entre Lula e Bolsonaro na parcela mais pobre da sociedade.

Analistas acreditam que ainda é cedo para saber se a PEC surtiu efeito ou não nas pesquisas presidenciais. Como dito, as elevações de valores e de número de usuários só acontecerão a partir do próximo mês de agosto.