Consignado do Auxílio: dívidas chegam a R$ 8 bilhões

Desde que começou a ser liberado, o consignado do Auxílio Brasil já acumula mais de R$ 8 bilhões em dívidas. Foi o que revelou o Ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT). O chefe da pasta participou de uma entrevista com jornalistas do portal Uol na tarde desta terça-feira (24).

“A dívida relacionada ao empréstimo chega a R$ 8 bilhões sem considerar os juros” disse o ministro. “Foi agiotagem da pior possível, sobre isso com certeza teremos um olhar”, completou Wellington Dias, reforçando as críticas em torno do consignado do programa Auxílio Brasil.

Dias também foi perguntado sobre a possibilidade de dar uma anistia para as pessoas que estão com dívidas depois da solicitação do consignado. Ele não deu uma resposta definitiva, e frisou que este assunto precisa ser conversado com os bancos. Mais de 10 instituições estão homologados para operar esta linha.

A Caixa Econômica Federal é uma destas instituições. Mas se depender da Caixa, os usuários podem esquecer a ideia de anistia. Em entrevista na última semana, a presidente do banco, Rita Serrano disse que não há como conceder este perdão, e que o governo precisa buscar outras formas de ajudar estas pessoas.

Nos últimos dias, Wellington Dias disse que poderia inserir as pessoas que estão endividadas no programa Desenrola. A grande questão é que este programa ainda não saiu do papel, e mesmo o esboço dele ainda não é conhecido, o que pode indicar que uma ajuda para estas pessoas pode demorar a chegar.

O consignado do Auxílio Brasil

O consignado do Auxílio Brasil é uma espécie de empréstimo voltado aos cidadãos que fazem parte do programa social. Ao solicitar o dinheiro, o cidadão passa a ter que quitar a dívida na forma de descontos mensais no próprio benefício.

Esses abatimentos precisam ser de, no máximo, 40% do valor original do Auxílio Brasil (R$ 400). A taxa de juros máxima é de 3,5% ao mês. Na Caixa Econômica Federal, por exemplo, esta taxa mensal é de 2,45%, uma das mais altas do mercado.

Na entrevista concedida ao portal Uol, o Ministro Wellington Dias voltou a criticar o consignado do Auxílio Brasil.

“O consignado foi suspenso porque consignado, pela lei deve ser pago para pessoas assalariadas, com contrato de renda permanente e duradouro. Há um grupo de trabalho para analisar o que a gente vai fazer diante desta situação já concretizada. Ainda não há uma posição finalística”, disse o Ministro.

“O presidente deve receber deste grupo as informações técnicas e as decisões técnicas para uma tomada de decisão”, disse o Ministro. Durante a entrevista ao portal Uol, ele também deu a sua opinião sobre a possibilidade de liberação de uma anistia para os possíveis endividados que solicitaram o consignado.