Bolsa Família: número de famílias unipessoais dispara

Famílias unipessoais são aquelas que se registram no Cadúnico como cidadãos que moram sozinhos. Elas estão na mira do pente-fino do Bolsa Família
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O número de famílias unipessoais aptas ao recebimento do programa Bolsa Família disparou no último ano. Ao menos é o que indicam dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome. Em um intervalo de um ano, o crescimento foi de 156%.

Os dados atuais apontam que cerca de 5,6 milhões de pessoas que estão dentro do Bolsa Família sejam famílias unipessoais. Em novembro de 2021, este número era de apenas 2,2 milhões, o que revela uma corrida deste grupo social para o Cadúnico no decorrer dos últimos meses.

Se define uma família unipessoal pela quantidade de pessoas que residem dentro de uma mesma casa. As famílias unipessoais são aquelas formadas por apenas uma pessoa. Elas entram no Cadúnico com esta informação, e em tese podem receber o Bolsa Família desde que cumpram todas as regras de entrada do programa.

De todo modo, este grande aumento no número de famílias unipessoais está levantando suspeitas do Governo Federal. Há a ideia de que ao menos uma parte destes cidadãos tenham entrado no sistema de maneira fraudulenta apenas com o objetivo de receber mais de um Auxílio Brasil, por exemplo.

Pelas regras gerais do programa, o valor mínimo de pagamentos era de R$ 600 para todas as pessoas. Assim, um cidadão que mora sozinho podia receber basicamente o mesmo valor que uma família de cinco pessoas, por exemplo, recebia todos os meses.

Os indícios de fraude no Bolsa Família

A suspeita do Governo é de que ao tomarem conhecimento desta regra, algumas famílias tenham se desmembrado artificialmente. Assim, o indivíduo poderia receber mais de um Auxílio.

Imagine, por exemplo, uma família com quatro pessoas, formada por um pai, uma mãe e dois filhos. Na prática, eles poderiam se separar artificialmente e o pai registrar um novo Cadúnico como se ele morasse sozinho.

Assim, ele poderia ganhar uma parcela mensal de R$ 600 por mês, e a esposa com os seus dois filhos poderia ganhar outra, totalizando R$ 1,2 mil para a mesma família. Esta prática é considerada fraudulenta pelo Governo Federal.

Em entrevista recente, a Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB) disse que a expectativa é de que até 2 milhões de pessoas sejam excluídas do programa social. O número exato, no entanto, ainda não é conhecido.

A ideia é concluir o processo de pente-fino nas contas do Cadúnico até março, quando o Governo deverá iniciar os pagamentos da nova versão do programa Bolsa Família.

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