CGU denuncia INSS por falhas no consignado

Controladoria Geral da União lançou um ofício apontando supostas falhas de fiscalização do INSS sobre o consignado
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Por meio de um ofício, a Controladoria Geral da União (CGU) denunciou aquilo que seriam falhas na fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) quando o assunto é o consignado. A publicação do documento aconteceu ainda nesta semana.

Em resumo, o ofício da Controladoria aponta que houveram:

  • autorizações de empréstimos que não estariam cumprindo os critérios legais;
  • falta de acompanhamento por parte do INSS das instituições que oferecem o consignado;
  • relaxamento da divulgação das novas regras do consignado.

Taxa de juros do consignado

Um dos pontos que mais chamaram atenção da Controladoria, foi o alto número de concessões do consignado com taxas de juros mais altas do que aquelas que eram permitidas pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS).

De acordo com o relatório, considerando o universo de 3 milhões de empréstimos consignados que foram analisados, é possível afirmar que cerca de 20% estavam com o teto de juros acima do que estava sendo permitido oficialmente.

Data de Inclusão no sistema do INSS Teto de taxa de juros vigente à época Nº de contratos analisados Nº de contratos analisados com indicativo de taxa superior ao teto Percentual com indicativo de irregularidade
De 13/12/22 a 15/03/23 2,14% 2.084.731 343.193 16,5%
De 16/03/23 a 30/03/23 1,70% 5.732 631 11,0%
De 30/03/23 a 20/06/23 1,97% 1.011.096 279.955 27,7%
Total 3.101.559 623.779 20,1%

“Conclui-se que os controles implementados não são suficientes para assegurar a qualidade das informações sobre as contratações de empréstimo pessoal consignado (…) grande parte dos registros do sistema apresentavam inconsistências em seu preenchimento, inclusive quanto aos valores dos empréstimos contratados”, diz o documento da CGU.

Queda da taxa de juros

O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) protocolou nos últimos meses uma série de reduções do teto máximo de juros do consignado. Contudo, várias pessoas não estavam sabendo destas reduções, e acabaram assinando o contrato com juros mais altos.

A última redução no teto máximo da taxa foi protocolado no dia 11 de janeiro. O CNPS definiu que o teto máximo de juros do empréstimo regular caiu de 1,80% para 1,76% ao mês.

Esta foi a sexta queda oficial do teto máximo da taxa de juros do consignado desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou ao poder. Veja na lista abaixo:

  • Março/2023 – 2,14% para 1,70%;
  • Março/2023 – 1,70% para 1,97%;
  • Agosto/2023 – 1,97% para 1,91%;
  • Outubro/2023 – passou de 1,91% para 1,84%.
  • Dezembro/2023 – passou de 1,84% para 1,80%.
  • Janeiro/2024 – passou de 1,80% para 1,76%.

Na prática, isso significa que as instituições financeiras podem oferecer a taxa de juros que preferirem, desde que esta marca não ultrapasse os 1,76% definidos em lei. Caso contrário, se tratará de uma irregularidade.

O Ministério da Previdência Social já deixou claro, aliás, que pretende aplicar mais reduções da taxa máxima de juros do consignado.

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