Zema diz que usuários do Bolsa Família não querem trabalhar

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) voltou a fazer críticas ao Bolsa Família. O maior programa de transferência de renda do país atende pouco mais de 20 milhões de brasileiros de todas as regiões, segundo as estimativas do Ministério do Desenvolvimento Social.

Em discurso nesta terça-feira (22),  Zema associou a dificuldade dos empresários para a contratação de mão de obra no país ao programa social. A fala do governador aconteceu em um evento em Belo Horizonte junto à empresários do setor de supermercados.

Na ocasião, Zema ressaltou que o estado de Minas Gerais deve celebrar a marca de 1 milhão de carteiras de trabalho assinadas em um período de um ano. Contudo, ele disse que várias vagas estariam ociosas justamente por causa do pagamento do Bolsa Família nesta unidade da federação.

“O Brasil é um país difícil. Tem mão de obra disponível, porque só em Minas Gerais, de Bolsa Família, nós temos aí mais de um milhão de pessoas recebendo que alegam não ter oportunidade de trabalho”, afirmou o governador.

É importante destacar que Romeu Zema deu essa declaração quando respondia a uma questão sobre a dificuldade desses empresários de contratar mão de obra neste momento. 

“Eu já estive do lado de vocês. Muitas vezes na entrevista a pessoa já vem com aquela pergunta: ‘eu preciso trabalhar sábado ou domingo?’ Se você fala que sim, ela já desiste da vaga, porque a pessoa quer um trabalho, mas cheio de pré-requisitos que nem sempre as empresas conseguem atender”, disse Zema.

Resposta do ministro sobre o Bolsa Família

Quem não gostou nada dessa declaração foi o ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT). De acordo com informações de bastidores, o chefe da pasta responsável pelos pagamentos do Bolsa Família chegou a enviar uma mensagem privada a Romeu Zema.

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, Wellington Dias chegou a dizer nessa mensagem que está trabalhando para combater o preconceito contra pessoas que fazem parte do Bolsa Família.

“Muitas vezes a falta da informação correta da verdade leva a uma ideia de que as pessoas estão viciadas, não querem trabalhar ou assinar a carteira”, afirma.

“Tudo para estimular a formalidade. Mando aqui para me ajudar a combater a desinformação, fake news ou aporofobia, preconceito contra os mais pobres”, diz Dias no texto. “A verdade é que o povo do Bolsa Família e do Cadastro Único quer trabalhar e quer emprego decente.”