Crítica e polêmica: Zema ataca Bolsa Família e gasto público em evento

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, aproveitou um evento promovido por um escritório de investimentos em Ribeirão Preto no último sábado (22) para voltar a criticar o Bolsa Família. O maior programa de transferência de renda do país atende pouco mais de 20 milhões de pessoas segundo as informações oficiais.

Desta vez, durante o seu discurso Zema afirmou que o programa de transferência de renda se tornou permanente e prejudica o desenvolvimento profissional dos beneficiários.

Bolsa Família é apoio ou “muleta”

Entre outros pontos, Zema reconheceu que existe uma importância do Bolsa Família, mas apenas em momentos de crise econômica. Em regra geral, ele criticou a permanência do projeto.

“É algo muito bem-vindo quando temos uma recessão, para pessoas que não têm condições de sobreviver, de ter uma vida digna. Mas o que temos hoje no Brasil é visto como um plano que se tornou permanente e não temporário”, declarou.

O governador disse que em algumas regiões do país existe uma situação de pleno emprego e que mesmo assim muitas pessoas preferem continuar recebendo o auxílio social a ingressar no mercado formal.

“O emprego informal é sempre precário, onde elas não desenvolvem profissionalmente. É um bico”, explicou.

O Bolsa Família

Como dito, o Bolsa Família é o maior programa de transferência de renda do país. Os dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento Social indicam que 20,7 milhões de pessoas estão aptas ao recebimento do benefício nesse mês de fevereiro.

Atualmente, o Bolsa Família tem pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social, e que recebem uma renda per capita de até R$ 218 por mês. Também é obrigatório que os cidadãos tenham uma conta ativa e atualizada no sistema do Cadúnico. 

O Ministério do Desenvolvimento Social, pasta responsável pelos pagamentos do Bolsa Família, não se pronunciou sobre essa declaração de Romeu Zema mas já se posicionou sobre o assunto em outras oportunidades.

Nessas ocasiões, o ministério disse que não concorda com a ideia de que o público do Bolsa Família não quer trabalhar.

Críticas ao governo

O governador de Minas Gerais também aproveitou o evento para atacar a atual política fiscal do governo federal. Para ele, o Brasil estaria gastando mais do que arrecada, o que poderia gerar um efeito cascata negativo para a economia.

“Isso se transforma em pouco tempo em elevação de juros devido ao risco que é ampliado e em inflação”, argumentou.

“À medida que os juros aumentam, a inflação aumenta, a economia desacelera, e isso está claro que está acontecendo. É um governo cego que não enxerga que isso está acontecendo”, concluiu.