“Erro fatal”: Ex-presidente do BC culpa reajuste do salário mínimo por rombo nas contas públicas

Para Gustavo Loyola, ex-BC, aumento real do mínimo agrava cenário fiscal e impede avanço estrutural; ele defende nova reforma da Previdência
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O ex-presidente do Banco Central (BC), Gustavo Loyola, causou polêmica ao fazer duras críticas às políticas econômicas atuais, com foco especial nos reajustes do salário mínimo e no volume de transferências sociais praticado pelo governo.

Segundo Loyola, o problema fiscal enfrentado pelo país está diretamente ligado a decisões que considera populistas. 

“O grande mal foi dar reajustes reais ao salário mínimo”, afirmou o economista, que comandou o Banco Central durante os anos 1990.

Para ele, o crescimento das despesas obrigatórias, atreladas ao salário mínimo, está pressionando o orçamento de forma insustentável.

Entendendo as críticas de Loyola

Abaixo, destrinchamos ponto a ponto todas as críticas de Loyola ao terceiro mandato do presidente Lula: 

  • Transferências sociais como paliativo

Loyola afirmou que as transferências de renda não podem ser vistas como solução definitiva para a pobreza, e sim como uma política emergencial voltada a grupos específicos. “A verdadeira solução está na geração de empregos”, disse.

  • Impacto fiscal crescente

Ele alertou que o atual volume de repasses sociais “não cabe no orçamento do país” e defendeu que o reajuste desses benefícios não seja mais atrelado ao salário mínimo.

  • Previdência precisa de nova reforma

Diante do envelhecimento da população, Loyola propôs uma nova reforma da Previdência, argumentando que a estrutura atual é insustentável a longo prazo.

  • Reforma administrativa como prioridade

Para aumentar a eficiência do setor público, o economista defendeu a reforma administrativa, mas ponderou que os resultados só devem ser sentidos no médio e longo prazo.

E os benefícios tributários

Ao abordar a estrutura tributária brasileira, Gustavo Loyola defendeu uma revisão cautelosa dos chamados “gastos tributários”, ou seja, isenções e incentivos concedidos a determinados setores.

Ele reconheceu que alguns desses benefícios ainda são importantes no cenário atual, mas disse que outros poderiam ser eliminados se o governo conseguir mostrar um esforço fiscal mais consistente.

“Na medida em que você consegue cortar despesas do governo e criar um arcabouço fiscal sólido e crível, o diálogo sobre a revisão dos benefícios fica mais fácil”, concluiu.

O outro lado

Mas é importante destacar que a opinião do ex-presidente do BC não é unânime entre os economistas brasileiros.

Alguns mais moderados, por exemplo, acreditam que o governo não precisa acabar com o aumento real do salário mínimo, mas apenas desvincular o aumento do INSS.

E há ainda os economistas mais ligados à esquerda. Neste caso, eles defendem que, ao invés de aplicar cortes para os mais pobres, governo e congresso nacional precisam se unir para cortar privilégios da parte mais rica da sociedade.

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