FGTS: O que dizem especialistas sobre mudança na correção
Possível mudança na correção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) está sendo debatida pelo Supremo Tribunal Federal (STF)O Supremo Tribunal Federal segue realizando debates para decidir o que vai acontecer com a correção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A ideia é definir se o atual formato é constitucional, ou se uma mudança precisa ser feita.
Enquanto uma decisão não é tomada no STF, a discussão segue ocorrendo na sociedade. Nesta semana, mais representantes de setores econômicos deram a sua opinião, e a maioria deles se mostrou contrário a uma mudança no sistema de correção.
A opinião de especialistas sobre a correção do FGTS
- Vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, Inês Magalhães:
“Hoje, o que o trabalhador recebe a Taxa Referencial (TR), mais 3%. A taxa de um financiamento vai de 4% a 8,25%, dependendo das rendas. Se o gestor do fundo passa a ter que dar um retorno maior, ele terá que aumentar a taxa de juros”.
- Ministro das Cidades, Jader Filho:
“Vai haver um impacto muito grande para atender, sob o aspecto dos juros, as famílias que mais precisam, as famílias de baixa renda serão mais impactadas. Nossa avaliação é de que o impacto será grande na política pública habitacional do país”, disse o Ministro.
“Nós estamos conversando com os ministros e apontando os números e os impactos que isso terá junto ao programa habitacional. E aí, repito, fundamentalmente as famílias de baixa renda porque os juros obviamente vão ser ampliados”, seguiu ele.
- CEO da MRV&CO, Eduardo Fischer:
“O impacto, se a decisão vier do jeito que está sendo desenhada, não vai ser pequeno e será muito alto nas famílias de baixa renda, que hoje tem a condição de comprar um imóvel. Se a condição de crédito dela mudar, podem perder essa condição.
O outro lado
Do outro lado desta discussão estão os ministros do STF, ou ao menos uma parte deles. Recentemente, Roberto Barroso deu o seu voto e considerou que o atual formato de correção do FGTS seria mesmo inconstitucional, e precisaria ser alterado.
“Segundo a Caixa, são mais de um milhão de ações ajuizadas sobre essa matéria. Apenas em 2023, 637 mil processos foram ingressados na Justiça Federal”, afirmou. “A solução definitiva sobre essa ação é importante para o bom funcionamento do Poder Judiciário”, disse.
“Ouvi todas as considerações, examinei todos os números que trouxeram, pedi ao economista do Supremo [Guilherme Mendes Resende] que também produzisse os números, distribuí para os colegas e com base nesse conjunto novo de informações cheguei a essa modulação”, disse.