Auxílio Brasil: partido do presidente infla números em documento oficial

Texto divulgado pelo PL indica números inflados e imprecisos sobre os pagamentos do programa Auxílio Brasil do Governo Federal

Nos últimos dias, o Partido Liberal (PL) enviou um documento que funciona como um guia de campanha para aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) em todo o país. Em regra geral, o texto indica que os partidários precisam focar nos números do Auxílio Brasil durante as eleições. No entanto, os dados apresentados estão inflados.

Conforme informações do texto, o Auxílio Brasil do Governo Federal chegou a atender mais de 39 milhões de pessoas. Além disso, o documento também indica que os valores dos recebimentos eram de R$ 600. Contudo, as informações são desencontradas e se baseiam em momentos diferentes de pagamentos.

Dados do próprio Ministério da Cidadania apontam que o Auxílio Brasil nunca chegou a ser pago para mais de 39 milhões de pessoas. O recorde de atendimento do projeto é de 20 milhões, e está sendo alcançado neste mês de agosto. Assim, é possível dizer que a informação disposta no documento é falsa.

Talvez o partido do presidente esteja se referindo ao programa Auxílio Emergencial em sua fase mais recente, pago em 2021. Na ocasião, o Governo Federal realmente passou a atender mais de 39 milhões de pessoas. Entretanto, o fato é que naquele momento, os valores não eram de R$ 600. O Ministério confirma que o patamar máximo era de R$ 375.

Em resumo, o Ministério da Cidadania selecionou alguns dados de projetos diferentes para dar a entender que eles se tratavam de um mesmo programa. Entretanto, a verdade é que quando o Governo pagou um valor maior, o número de usuários diminuiu. Da mesma forma, quando conseguiu aumentar o número de usuários, o depósito diminuiu.

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Auxílio Brasil nas eleições

A verdade é que o Auxílio Brasil tende a ser um dos temas mais recorrentes na campanha presidencial deste ano. As declarações prévias das campanhas de cada pré-candidato já dão o tom sobre esta história.

Como dito, dentro do partido do presidente Jair Bolsonaro a regra é falar sobre o Auxílio Brasil o máximo possível. Sob a batuta do atual Governo, o valor do programa cresceu ao menos duas vezes no último ano.

Na campanha do ex-presidente Lula (PT) a estratégia é colar a ideia de que os aumentos no Auxílio teriam acontecido apenas por causa da proximidade com as eleições presidenciais deste ano, que estão marcadas para outubro.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que frequentemente aparece como 3º colocado nas pesquisas, vem prometendo em discursos que vai criar um novo benefício de renda básica, que deve se chamar Eduardo Suplicy, em homenagem ao vereador petista.

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