Guedes diz que pode reverter cortes no Farmácia Popular
Ministro da Economia negou que os cortes no programa Farmácia Popular estariam confirmados para o próximo anoO Ministro da Economia, Paulo Guedes falou pela primeira vez sobre os cortes no programa Farmácia Popular. No plano de orçamento do Governo enviado ao Congresso Nacional, há uma previsão de redução de gastos com o benefício que ajuda milhões de brasileiros humildes na compra de medicamentos importantes.
Guedes disse, no entanto, que os cortes no programa ainda não estão confirmados de fato. De acordo com o Ministro, o Governo Federal ainda poderá realizar algumas mudanças no plano, incluído aí a revisão dos cortes. Durante uma palestra na cidade do Rio de Janeiro, ele explicou como pretende realizar a manobra.
“O Auxílio, nós tínhamos um espaço dentro do teto, desenhamos o Auxílio até o fim do ano, mas já com o compromisso de que, assim passada a eleição, nós já termos a fonte de recursos para fazer a prorrogação. Da mesma forma, com a Farmácia Popular”, disse o Ministro durante um evento no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (14).
“A política ainda está se encaixando no Orçamento. É claro que o Auxílio Brasil tem que continuar em R$ 600. É a vontade da política, é a rede de proteção social. Da mesma forma o Farmácia Popular. O presidente garante que a Farmácia Popular vai seguir. É só um desencaixe temporário”, completou Paulo Guedes.
Informações publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo mostram que o plano de orçamento do Governo prevê uma redução de R$ 2,04 bilhões para R$ 804 milhões. Já o valor do Auxílio Brasil poderia cair dos atuais R$ 600 por mês, para a casa dos R$ 405. Ambas as mudanças já poderiam começar a valer a partir de janeiro.
Além do Farmácia Popular
Durante o evento, o Ministro da Economia também falou sobre outros assuntos, como por exemplo a questão das polêmicas emendas do relator. Até mesmo porque a indicação geral é de que o Governo pretende tirar dinheiro do Farmácia Popular para dar dinheiro aos parlamentares.
“A política tem as RP9 (emendas do relator), ela (a política) está olhando para algumas prioridades. Como o Orçamento é limitado, ela comprime o Orçamento. Aí o presidente mesmo me liga e diz, ‘precisamos arrumar esse espaço’”, disse Guedes.
“Esse espaço é aberto com uma mensagem presidencial para reelaborar o Orçamento. Esse encaixe será feito e é a garantia do presidente da República”, completou o Ministro, considerando um cenário de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O plano de orçamento para o ano de 2022 foi enviado pelo Governo Federal ao Congresso Nacional no último dia 31 de agosto. Desde então, opositores estão usando os mais variados pontos do projeto para atacar o atual presidente.