Por que Auxílio ainda não ajudou Bolsonaro? CEO responde

De acordo com pesquisas, Jair Bolsonaro (PL) ainda não conseguiu reagir entre os usuários do Auxílio Brasil. Veja por que o fenômeno ocorre
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A quatro dias do primeiro turno das eleições presidenciais, um ponto já parece estar claro: o aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 não surtiu o efeito nas pesquisas aguardado pela campanha de Jair Bolsonaro (PL). Ao menos nesta primeira parte do pleito, ainda não há nada que indique uma reação dele neste público.

Quem diz isso são os levantamentos oficiais. Independente da metodologia utilizada pelos institutos, todos eles são unânimes em apontar que o Bolsonaro segue com muita dificuldade de crescer entre o eleitorado mais pobre, ou seja, na camada da população que está apta ao recebimento do Auxílio Brasil.

Em entrevista para o portal Uol Notícias, o CEO da Quaest, uma das pesquisas que apontam estes números, Felipe Nunes explicou o porquê de o presidente ainda não ter conseguido crescer nas pesquisas até aqui. Ele também fez uma análise sobre a projeção que pode ser feita até o dia das eleições presidenciais.

A explicação

“Em julho deste ano, dei entrevista dizendo que o Auxílio não geraria efeito político pela maneira que estava sendo feito. E hoje isso se confirma por dois motivos. Primeiro, porque vem com embalagem eleitoral. A gente perguntou na pesquisa se pessoas achavam que os benefícios econômicos eram altruísmo do presidente ou medida eleitoral”, disse ele

“63% dos entrevistados dizem que são medidas eleitoreiras. E o segundo ponto é que a melhoria não chegou no bolso de pessoas mais pobres. Melhorou a percepção para a classe média, mas não melhorou a percepção sobre os alimentos para a classe mais baixa”, seguiu ele.

“Quando as pessoas descobriram, de julho para agosto, que o Auxílio ia terminar no fim do ano, que a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) enviou para o Congresso com R$ 400, isso reforçou que era uma medida só para a eleição”, seguiu.

“Quando isso não impacta na vida das pessoas, combinado com outros fatores, fez com que Lula melhorasse seu desempenho, o que era inimaginável. Só 70% dos eleitores que votaram em 2018 estão votando nele (Bolsonaro) de novo”, disse ele.

“Enquanto 13% estão votando no Lula e 10% em outros. Ele perdeu 23% das intenções de voto para outros candidatos. Já o Lula trouxe para si 85% do eleitorado do Haddad. É uma conversão muito mais alta. Faz toda diferença”, completou Felipe.

Auxílio Brasil

Hoje, dados do Ministério da Cidadania apontam que mais de 20,65 milhões de pessoas estão aptas ao recebimento do Auxílio Brasil. Todas elas estão recebendo um patamar mínimo de R$ 600. 

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