domingo,
26 de outubro de 2025

Seguro-desemprego e multa do FGTS: veja a verdade sobre as propostas de mudança

Entenda o que diz a legislação e a origem do financiamento destes dois benefícios

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Nas últimas semanas, surgiram diversas informações sobre possíveis mudanças nos direitos trabalhistas brasileiros, especialmente no que diz respeito à multa do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e ao seguro-desemprego. 

Essas notícias geraram preocupação entre os trabalhadores e causaram confusão sobre o futuro desses importantes benefícios.

As especulações sobre mudanças na multa do FGTS e no seguro-desemprego surgiram em um contexto de discussões sobre a revisão de gastos públicos e a busca por eficiência na gestão dos recursos governamentais. 

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Algumas pessoas interpretaram erroneamente essas discussões, chegando a conclusões precipitadas e sem fundamento sobre o futuro desses direitos trabalhistas.

Mas vamos explicar a seguir o que realmente é a multa do FGTS e o seguro-desemprego, além do que diz a legislação sobre esses dois direitos. 

Acompanhe.

O que é a multa do FGTS?

A multa do FGTS é uma compensação financeira que o empregador deve pagar ao trabalhador em caso de demissão sem justa causa. Ela representa 40% do saldo da conta vinculada do FGTS do trabalhador. 

Essa multa está prevista na Lei do FGTS (Lei nº 8.036/1990) e tem como objetivo proteger o trabalhador em situações de desemprego involuntário.

A multa do FGTS desempenha um papel importante na proteção social do trabalhador brasileiro. Suas principais funções são:

  1. Assegurar um apoio financeiro ao trabalhador dispensado sem justa causa.
  2. Desestimular demissões injustificadas por parte dos empregadores.
  3. Proporcionar um período de transição para que o trabalhador possa buscar uma nova colocação no mercado de trabalho.

Quem paga a multa do FGTS?

A multa do FGTS é responsabilidade do empregador e não do Governo Federal. Isso significa que esse recurso não faz parte do orçamento público e, portanto, não pode ser realocado para outros fins pelo governo.

O que é o seguro-desemprego?

O seguro-desemprego é um benefício temporário concedido ao trabalhador desempregado que atende a determinados requisitos. Ele está previsto no artigo 7º da Constituição Federal como um direito dos trabalhadores urbanos e rurais.

Quem financia o seguro-desemprego?

O seguro-desemprego é financiado pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que é sustentado pelas contribuições do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP). A gestão desse fundo cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego.

Diferenças entre multa do FGTS e seguro-desemprego

É fundamental entender que a multa do FGTS e o seguro-desemprego são dois direitos distintos, com fontes de financiamento e objetivos diferentes:

Portanto, existe a impossibilidade legal de destinar a multa do FGTS para outros fins. Existem razões legais e constitucionais que impedem a destinação da multa do FGTS para outros fins além do pagamento ao trabalhador demitido sem justa causa.

A Constituição Federal de 1988 estabelece o FGTS como um direito dos trabalhadores em seu artigo 7º, inciso III. Qualquer alteração nesse direito exigiria uma emenda constitucional, um processo complexo e que requer amplo debate e consenso no Congresso Nacional.

A Lei nº 8.036/1990, que dispõe sobre o FGTS, estabelece em seu artigo 18, parágrafo 1º, a obrigatoriedade do pagamento da multa de 40% em caso de demissão sem justa causa. Essa lei estabelece que as contas vinculadas do FGTS são absolutamente impenhoráveis, impedindo que o governo utilize esses recursos para outros propósitos.

Conclusão

Após as explicações acima, fica claro que a proposta de alterar a destinação da multa do FGTS violaria o princípio da segurança jurídica, previsto na Constituição Federal. 

Esse princípio garante a estabilidade das relações jurídicas e protege os direitos adquiridos dos cidadãos. Portanto, essas informações que vêm sendo veiculadas são totalmente infundadas e sem base legal.

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Ana Lima
Ana Lima
Ana Lima é formada em Comunicação Social pela Universidade Estácio de Sá e já atua na profissão há mais de 30 anos. Já foi repórter, diagramadora e editora em jornais do interior e agora atua na mídia digital. Possui diversos cursos na área de jornalismo e já atuou na Câmara Municipal de Teresópolis como assessora de imprensa.

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