Por que Governo não vai pagar 13º salário do Bolsa Família

O Governo Federal bateu  martelo e decidiu que não vai liberar o 13º salário para usuários que fazem parte do programa Bolsa Família este ano. A informação, aliás, foi confirmada pelo Ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT) em conversa com jornalistas nesta semana.

“O Bolsa Família é um programa de assistência, de complemento de renda, não se adequa à vinculação de um 13º salário. Tem agora um pagamento per capita superior. Não há previsão de pagamento de 13º porque o desenho proposto se adequa melhor”, disse ele.

“Teremos a oportunidade de trabalhar o ponto principal, que é a inclusão socioeconômica. Objetivo maior é abrir oportunidades, pelo emprego e pelo empreendedorismo, para que se tenha condição de renda. Aí, quem alcançar condição de emprego, vai ter salário, décimo-terceiro, férias, vai ter tudo o que é previsto para o mundo do trabalho.”

O 13º salário foi uma das promessas de campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda nas eleições de 2018. Depois de eleito, ele conseguiu cumprir a promessa e bancou o saldo adicional, mas apenas no ano de 2019. Nos três anos seguintes do seu mandato, ele não liberou nenhum tipo de bônus neste sentido.

Na campanha do ano passado, quando tentava a reeleição, Bolsonaro disse que poderia pagar um 13º salário do Auxílio Brasil apenas para as mulheres que fazem parte do programa social. Contudo, ele não conseguiu se reeleger, e o novo governo não gosta desta ideia.

Bolsa Família terá adicionais

Embora a atual gestão afirme que não vai pagar o 13º salário no final deste ano, há pagamentos de adicionais previstos para todos os meses a partir de março. Na prática, ao menos uma parte dos usuários conseguirão receber um valor até maior do que o de um 13º salário.

Uma família que tem cinco integrantes, por exemplo, deixa de ganhar R$ 600 por mês, e vai passar a ganhar R$ 710. Caso esta mesma família tenha um filho menor de seis anos de idade, o valor é acrescido em mais R$ 150, o que elevaria o valor total para R$ 860 por mês.

E o patamar poderia subir ainda mais. Considere, por exemplo, a hipótese desta mesma família ter um outro filho com idade entre sete e 18 anos. Neste caso, eles poderiam ganhar um segundo adicional de R$ 50, o que poderia elevar este valor para a casa dos R$ 910.

Uma família que ganha R$ 910 por mês entre os meses de junho (início dos repasses do adicional de R$ 50) e dezembro, chegaria ao final do ano com um montante de R$ 6.370.

Considerando que esta mesma família seguisse com os R$ 600 por mês e ganhasse um 13º salário em dezembro, com base neste mesmo período de tempo, o montante acumulado seria de R$ 4.800.