terça-feira,
9 de dezembro de 2025

MEI pode ser atingido? Governo redefine imposto para quem é PJ

Entenda como a nova tributação anunciada pelo governo impacta PJs de alta renda e o que isso significa para quem atua como MEI ou no Simples

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A nova política de tributação divulgada pelo governo nesta semana mudou o cenário para quem ganha acima de R$ 600 mil por ano. A regra estabelece uma alíquota mínima de Imposto de Renda que chegará a 10%, atingindo principalmente contribuintes de alta renda que atuam como PJ.

A discussão acaba chamando a atenção de quem trabalha como MEI, já que essa categoria também integra o universo das Pessoas Jurídicas.

Porém, segundo os parâmetros divulgados, o impacto direto recai sobre perfis específicos de rendimento, especialmente aqueles com lucros elevados e baixa despesa operacional.

A medida foi sancionada pelo presidente Lula junto com a ampliação da faixa de isenção para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil por mês. Quem ganha dentro desse limite não pagará mais Imposto de Renda. Para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350, haverá redução no valor devido.

Como funcionam as novas alíquotas mínimas

O modelo apresentado pelo governo cria um patamar mínimo de IR para quem ultrapassa R$ 600 mil anuais. 

Não é um adicional, mas um valor mínimo obrigatório. Isso significa que contribuintes que já pagam acima desse percentual não terão mudanças, caso de trabalhadores assalariados com carteira assinada.

O Ministério da Fazenda calcula que 141 mil pessoas serão impactadas, pois hoje contribuem com um valor inferior a essa nova exigência. A progressão será gradual, chegando aos 10% somente para quem ultrapassa R$ 1,2 milhão por ano.

Confira as faixas divulgadas:

  • 600.000 — 650.000: 0,833%
  • 680.000: 1,333%
  • 700.000: 1,667%
  • 800.000: 3,333%
  • 850.000: 4,167%
  • 950.000: 5,833%
  • 1.000.000: 6,667%
  • 1.200.000: 10%

E quem é MEI ou PJ no Simples? Entenda o impacto

A maior cobrança recairá sobre contribuintes cuja renda vem principalmente do lucro de empresas, já que esse tipo de rendimento atualmente não é tributado no IRPF. Esse é o caso de muitos profissionais liberais que utilizam empresas enquadradas no Simples, com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.

Segundo o professor citado no texto original, muitos prestadores de serviço têm lucros elevados porque mantêm estrutura com poucos gastos. Para esses perfis, a nova alíquota mínima resultará em aumento de imposto.

A explicação inclui exemplos envolvendo médicos e dentistas que operam consultórios por meio de empresas próprias. Ainda de acordo com o especialista:

“Tem muita gente no Simples que tem renda de R$ 150 mil, R$ 180 mil, R$ 200 mil, ou R$ 300 mil. São profissionais liberais, prestadores de serviços, que ficaram na faixa do Simples. A renda deles é alta, porque a empresa quase não tem despesa, e o lucro que eles recebem é todo isento”

Comparação entre executivos e profissionais liberais

O professor afirma que a cobrança mínima equaliza situações de renda semelhante, mas com cargas tributárias muito diferentes. Ele compara dois perfis: um executivo contratado e um médico que tem empresa própria, ambos com ganhos anuais de R$ 5 milhões.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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