Mercadante critica política de salário do governo Bolsonaro

Aliado de Lula, Aloísio Mercadante fez durar críticas ao modo como o governo do presidente Jair Bolsonaro tratou a questão do salário mínimo

Um dos principais aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Aloísio Mercadante rasgou críticas ao futuro ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o petista, a política de valorização do salário mínimo tomaria como base exemplos “mal sucedidos” de outros países, como o Chile.

A discussão em torno da forma como o Governo trata o salário mínimo começou a ganhar força na última semana do segundo turno das eleições. Segundo uma reportagem publicada pelo jornal Folha de São Paulo, o Ministério da Economia chegou a estudar a possibilidade de desvincular a definição do salário mínimo da inflação do ano passado.

Esta possibilidade não chegou a ser oficializada, mas o Ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou em entrevista que o estudo realmente existiu. Se a ideia tivesse saído do papel, o governo conseguiria o direito de pagar um aumento menor do que o mínimo exigido pela constituição hoje.

Críticas para o salário

“E não é só o estudo. Assessor do ministro da Fazenda participou de uma sessão pública na Comissão Mista de Orçamento, onde defendeu que não tivesse reajuste pela inflação do salário-mínimo e para aposentadoria”, disse Mercadante.

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“Ele defendeu, e defendeu porque o modelo do Paulo Guedes para a Previdência Social é o regime de capitalização, não é a previdência pública solidária, mas o modelo chileno, que foi um fracasso no Chile, na Colômbia e em muitas partes do mundo”, seguiu ele.

“Por isso eles tinham uma concepção na equipe e perseguiram isso durante o governo, tanto que ele [Bolsonaro] é o único presidente desde o FHC (Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente) com quem o salário-mínimo teve perda [real, sem correção de inflação”, disse o petista.

“Nós tivemos uma política de valorização porque foi um dos instrumentos de combate à fome em um país que era um dos mais desiguais do planeta. Então foi isso, junto com ‘bolsa família’, junto com ‘luz para todos’, ‘minha casa minha vida’, um conjunto de coisas que foram necessárias para combater a fome”, completou o aliado de Lula.

Reunião

Nesta quinta-feira (3), o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) deverá representar o presidente eleito Lula na primeira reunião com o Congresso Nacional. O relator do orçamento, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) representará o parlamento.

Entre outros pontos, Dias pretende discutir a proposta de aumento real do salário mínimo já a partir do próximo ano. Em entrevista, ele disse que está confiante em uma elevação de 1,3% ou 1,4%.

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