Bolsonaro diminui citações ao Auxílio Brasil em novo debate

Presidente voltou a citar o Auxílio Brasil quando perguntado sobre a situação da fome. Contudo, tema foi menos citado pelo candidato do PL

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar sobre o Auxílio Brasil no último debate antes do primeiro turno das eleições presidenciais, na TV Globo, nesta quinta-feira (29). O candidato do PL, no entanto, citou menos o programa em relação ao que vinha fazendo nos últimos meses em sua campanha eleitoral.

O único momento em que Bolsonaro citou o benefício com mais veemência, foi quando foi perguntado sobre a situação da fome no país, pela senadora Simone Tebet (MDB). Entre outros pontos, ele disse que qualquer pessoa que está com fome pode simplesmente se inscrever no Cadúnico para receber o benefício.

Nada além disso. Em quase todos os outros momentos do debate da Globo, o presidente resolveu focar na chamada pauta de costumes. Falou sobre aborto, ideologia de gênero, “sexualização de crianças”, e até mesmo a legalização das drogas. Pautas que o presidente já tinha levado para as eleições, em 2018.

A mudança de tom tem um motivo específico: parte da campanha do candidato acredita que a ideia de falar sobre o Auxílio Brasil não está surtindo o efeito desejado nas pesquisas. Esta ala do QG de Bolsonaro avalia que ao falar da pauta dos costumes, ele terá mais chances de crescimento nesta reta final de campanha.

Não por acaso, o presidente foi ao debate da Globo acompanhado do seu filho Carlos Bolsonaro. Trata-se justamente de um dos nomes mais ativos da sua chamada “ala extremista”. Carlos costuma bater forte nos adversários do presidente nas suas redes sociais e costuma dizer que Bolsonaro precisa ser mais incisivo nos debates.

Destaques sobre *** por e-mail

Auxílio Brasil na campanha

De todo modo, a postura de Bolsonaro no debate da Globo não significa necessariamente que ele vai parar de falar de Auxílio Brasil. A ideia ainda segue sendo bater na tecla de que os usuários do programa social seguirão recebendo R$ 600 por mês em 2023.

Até aqui, este discurso não parece ter convencido boa parte do eleitorado mais pobre. As últimas pesquisas de intenção de voto indicam que o ex-presidente Lula (PT) pontua melhor entre os beneficiários que recebem o Auxílio Brasil.

As eleições presidenciais estão marcadas para acontecer já neste domingo (2). Até lá, Lula e Bolsonaro realizarão uma série de caminhadas por estados brasileiros, e poderão dar novas declarações sobre o Auxílio Brasil em entrevistas.

Ciro Gomes (PDT) também vem indicando que poderá criar um projeto de renda básica universal que pagaria R$ 1 mil por família. Simone Tebet (MDB) disse durante ato no Nordeste que não concorda com a possível diminuição de valores do Auxílio Brasil em 2023.

Leia também
×
App O Trabalhador
App do Trabalhador
⭐⭐⭐⭐⭐ Android e iOS - Grátis